terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pôrra, que vai pr'aí uma Vampirage!

É de mim, ou o povo anda todo a passar-se à conta dos vampiros?

Há já muito tempo, li o livro do "Drácula", de Bram Stocker. Nesses tempos, o vampiro, o nosferatu, era a encarnação do mal, não tinha nada de romântico, charmoso ou apelativo, espalhava a doença e a miséria por onde passava - e não se fiem no filme "Drácula de Bram Stoker", do Francis Ford Coppola, que pode ser muito girinho e tal, mas subverte completamente a história original do livro, tranformando um ser grotesco como o Conde Drácula num vampirito de meia tigela que, afinal, tinha era um desgosto de amor por resolver, transformando-se o filme numa história de um romance proibido ou coisa do género. Muito melhores que esse filme, e muito mais acertados quanto à essência do livro, estão o "Nosferatu" (1922), do F.W. Murnau, e o seu fabuloso remake "Nosferatu: Phantom der Nacht" (1979)com o Klaus Kinski. Se calhar estes dois filmes não atendem tão minuciosamente aos detalhes do livro, mas a essência, a ideia original e fulcral, estão lá.

Mais tarde, apareceu o "Entrevista com o Vampiro", em que os vampiros já adiquiriram uma áurea mais misteriosa e interessante, mas, mesmo assim, seres malditos obrigados a vaguear pelas trevas com imensas condicionantes. Notava-se já, porém, aí uma certa tensão homossexual.
Mas tudo bem, ser vampiro era uma merda tramada, nada que ninguém pudesse invejar.

Mas agora apareceu a merda da saga "Twilight", que destruiu completamente a mística da vampirage. Rai's parta lá os vampiros bonzinhos, todos muito lindos, cheios de poderes que todos gostavamos de ter. Ser vampiro tornou-se, hoje em dia, em ser cool. É ridículo. Ainda por cima aquela cor branquela que eles têm dá-me vontade de lhes desatar aos estalos.

O pior é que as nossas televisões estão a aproveitar e a fazer montes de séries de vampiros, cada uma pior que a outra. Antes de mais, nunca tinha reparado que em Portugal houvesse tanta vampirage. Em segundo lugar, que ela era tão foleira!!!

Por isso, deixo aqui um repto: que se quilhem os vampiros, e optemos por monstros muito mais portugueses, tipo os gambosinos, o pesadelo (para quem, não sabe, um monstrinho que, sendo pequenino mas muito pesado, se põe em cima de quem está a dormir perturbando-lhe assim, o sono), o bicho-papão, o bruxedo, e os comunistas (dos antigos, que comiam criancinhas ao pequeno-almoço) e, acima de todos os pavores, o polícia: ainda me lembro "ou comes a sopa toda ou vem aí o polícia".

Os vampiros são mariconços que praí andam, a ferrar de forma altamente pouco higiénica os perscoços de quem está para os aturar.

Ainda apanham a sida e, como quem estás por dentro da private joke, eles não morrem, mas envelhecem...

Abaixo a vampirage foleira, JÁ!!!

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