sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Moitedo: uma espécie em vias de extinção?

Acompanho desde há longos anos, com interesse elevado, a evolução dos pêlos púbicos das senhoras ao longo dos tempos, os quais designo carinhosamente, também desde há longos anos, de "moitedo".
Quando era adolescente, encontrei lá para casa uma Enciclopédia do Sexo e da Vida Íntima, dois enormes e grossos volumes que li avidamente. Posso dizer, sem qualquer brincadeira ou ironia, que aprendi mesmo muito com essa leitura, não só no que ao acto do sexo concerne, mas também quanto a tudo que tem a ver com a sexualidade, a intimidade, e até coisas básicas como a geração, parto, etc - a enciclopédia era excelente, explicava desde o mais básico no que ao sexo concerne até à homossexualidade, os gémeos, o desenvolvimento da sexualidade das crianças e jovens, em todos os seus aspectos, genitais, corporais, psicológiscos, emocionais e mais não sei o quê. Continuo a ter muitas opiniões, hoje em dia, que se formaram com base na leitura dessa enciclopédia.
Mas voltemos ao moitedo.
Nessa enciclopédia, descreviam-se as várias características do corpo e morfologia de ambos os sexos que mais frequentemente suscitam uma reacção erógena no sexo oposto, ou seja, características físicas do homem e da mulher que são normalmente fonte de excitação. Nas mulheres, entre elas e de forma demarcada encontrava-se a forma em V dos pêlos púbicos, cuja visualização, tal como as maminhas, é excitante para os homens. Sempre concordei com isso. E, nas imagens de mulheras "péladas" (como diria o Aleixo) que via na TV, revistas e filmes (desde os mais ingénuos aos badalhocos - eu gosto muito de badalhoquice, não de toda, mas gosto) e, já agora, ao vivo, o V era geral e universal e, efectivamente, algo que fazia "clic" dentro de mim, que me produzia um efeito libidinoso.
Daí ter começado a ficar desgostoso quando, nas tais revistas e filmes (confesso que, neste caso, sobretudo mais nos "para homens", tipo Playboy, e nos menos - ou nada - ingénuos), o V começou progressivamente a desaparecer, transformando-se, primeiro, num rectângulo vertical, que foi diminuindo até ao ponto de parecer o bigode do Hitler, e continuou a diminuir até ser uma minúscula e ridícula linhazinhinha vertical, um I, se quisermos voltar às letras, que, se calhar, mais valia não estar lá.
Pois bem, deve ter sido exactamente isso que as mulheres e os homens que as "promovem" pensaram, porque hoje não há mulher descascada que não tenha extirpado completamente o moitedo do seu púbis. O MOITEDO DESAPARECEU, MEUS AMIGOS! Aquilo que, nos anos 80, na minha pré-adolescência e adolescência, era apenas uma bizarria da Ciciolina (é assim que se escreve?), transformou-se em moda e regra geral.
Porquê o desaparecimento desse lindo arbusto, pergunto eu? Quem é que se excita com uma mulher despelada no baixo ventre? Também me pergunto como é que elas fazem para manter domado o moitedo, já que, tal como a barba, é pêlo que começa a crescer logo nos dias imediatamente posteriores à sua remoção, o que provoca imensas comichices, para além de ficar tenebrosamente feio (sim, eu sei isto porque também já o tive rapado, mas apenas por causa de uma intervenção cirúrgica a que necessariamente me submeti para tirar uma variz no tomate esquerdo e "afinar a gaita"). Será que as senhoras desmoitadas fazem a barba à passarinha todos os dias? Se sim, com que lâmina e espuma? As da Gillete for men? Com máquina? De depilar ou das para barbas rijas, das que as desfazem, aparam e estilizam?
Claro que não gosto de ver uma senhora com um púbis tipo Heavy Metal, mas tirá-lo completamente? Porquê, repergunto?
Resumindo, com grande pena minha, o moitedo é espécie em vias de extinção, e, por isso, e enquanto moitedo lover, exijo que seja criada imediatamente uma área de reserva ecológica protegida para essa líndissima forma capilar, sobretudo focada na manutenção do V.
Subscrições e apoios financeiros aceitam-se e agradecem-se.
Concluo com nostalgia: "V - A Vitória Final".

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